(RE)conhecendo, Saudade... [Colcha de retalhos]


A Saudade que sinto me esmaga o peito
Que de tão pequenino nem consigo vê-lo
É dor que há tempos não sentia
A Saudade de tê-la existia, persistia, me consumia
Pensamentos circulam feito montanha russa
Declina, eleva com tamanha velocidade que não controlo
Os suspiros, o olhar tenro, as lembranças de passado
tão próximo que sinto presente gosto doce
de suas palavras a soar pelo ar, seus respiros
embalados pelos passos sincronizados, perfeitos
como meu número ideal
Sorriso de menino, inspiração que me demoro
Braços onde canso, descanso, pouso e repouso

(RE)conhecendo,
tecendo nova colcha de retalhos
Cá estou há espera do próximo arremate.

Assim, busco o tempo em meu favor.

RosA.

[Manhã, 28 de junho de 2010.]

Se avexe não



Se avexe não


Amanhã pode acontecer tudo
Inclusive nada
Se avexe não
A lagarta rasteja até o dia
Em que cria asas
Se avexe não
Que a burrinha da felicidade
Nunca se atrasa
Se avexe não
Amanhã ela pára na porta
Da sua casa


Se avexe não
Toda caminhada começa
No primeiro passo
A natureza não tem pressa
Segue seu compasso
Inexorávelmente chega lá
Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa ou seja lavandeira
Pra ir mais alto vai ter que suar


Ô, chalálálálá
Ô, coisa boa é namorar
Ô, chalálálálá
Ô, coisa boa é namorar...

Cais do porto

É carne
É sangria desatada
É ato, é passo de bailarina
Me ensina, a rodopiar feito moinho
Me tira, dos conventos socais do agora
Me ancora, com fita rosa numa flor
Me ame, amor desenfreado, meretriz
Me diz, que inda ouço tua voz, atroz
Inda te quero em meus lençóis
E de, lembranças vãs não quero estar
E sim, sentir teu peso ao me amar.

RosA.

Agora sei...


Na arte do encontro descubro a mim mesmo
Eu pensante, Eu menina, Eu pequena, Eu mulher
Em meio a verdades sentidas em doces morangos
Em meio a desejos versados em leves toques
Em meio ao calor, num frio desmedido
Vivo, sonho, desperto, danço, sinto
Em meio a sorrisos sem início nem fim
Em meio a borboletas alaranjadas que vem, sim
Em meio a carrosséis cirandando, relato

Minha rosa desabrocha no quintal
Clareza do Amor Real, traz pra mim
Aflorado mosaico de desejos, faz saciar
Colore meu castelo com balões de ar
Que vejo passar no pedacinho de meu céu
De um azul clara(mente) Azul
Jorra do nada o tudo existencial

Agora sei...
Sacio meu opulento coração
Elevo-me em segundos eternizados, sinto


...
Saudades espalmadas pelo tempo.


RosA.

Bordado em Chita


Seu toque me perfuma
Seu perfume me embala
Teu sorriso me excita
Tuas palavras me embriagam

Tua simplicidade me encanta
Teu encantamento me cala
Teu beijo me aquece
Teu calor me fala.

Teu olhar me guarda
Teu carinho me amarra
Teu zelo me liberta
Tua atenção me desperta

Pro Amar ~ ~ ~

RosA.

Soneto Querer-te


Noite fria de festejos, delirantes
Intenções vãs, inconstantes
Desejos, incógnitas pulsantes
Sopro de som leve, calmante

Em meio há corações, berrantes
Terra desconhecida, amantes
Pairando tenro, bailantes
Meu peito vibrava, infante

Mas em teu olhar, cálido
Aqueço o sopro da madrugada
Em tuas verdades, cético
(O certo e o incerto)

Te insiro em minha paisagem
Em teu sorriso perfumado
Respiro (Ar)temanha, querer-te.


RosA.

Face do Vale


O Universo se transfigura em (Ar)te
Sopro de teatro
Sol de música
Estrelas cintilantes

O Universo se transmuta em voz
Baianos, mineiros, paulistas
Cariocas, pernambucanos, brasileiros
franceses, espanhóis, ingleses

O Universo se constrói em som
Cachoeiras, sax, pássaros, flautas
bateria, grilos, pianos, passos
tambores, amores, aplausos

O (Uni) versos se revela
Interage, chora, rir
numa linda aquarela
(En) cantamento
Em leveza pura e bela°°°

RosA.

Encontro de Beija-Flor


Mirando o horizonte
Num tilintar de alegria
Palpitando livre, leve
Desprovido de intentos
O meu olhar vibrava

Num dado momento, instante
calados e profundos
Saborosos, gotas de Mel
Teus olhos me chamando
Uma força intensa, delirante
A Lua e o Sol compuseram o céu
Numa fração singular

Ah! Daquele teu olhar...
Ai de mim°°°

Experimentei um suave desconforto de tê-lo perdido
Multidão efervecente, gritos, barulho, gente
...

Ah! Daquele teu olhar não me esqueci...
Ai de mim°°°

E sem que pudesse perceber
Com levezar de beija-flôr
Da RosA de aproximou
Pela RosA se encantou
À RosA se entregou
...
Boca macia e doce
Fruta suculenta, fresca de pomar frondoso

Lábios, mãos, braços
frio°°°

Àquele jardim aqueceu.

RosA.

Passarinho


O Amor nasce, esblandesce
Ilumina, Clareia e me aquece
num simples raio de multiplas cores
As mais incríveis e singelas manifestações
acontecem...
...
Mas, um Passarinho pia diferente!!!!
( seu canto fortemente delicado,
sua delicadeza fragilmente forte )
E na vasta imensidão do Ar
busca melhorar
pra cada vez mais alto
poder voar
soar seu canto
espalhar seu brilho
fertilizar seu encanto°°°

RosA.