Doce vida



Quando acordo e vejo no ar
Uma poesia que me espera
Me alegro com a inspiração
Da respiração do botão em flor
Do clarear de uma cor
De um gesto a soprar carinho
Num ninho repleto de Amor.

Quando ouço a alegria dos ben-te-vis 
A cantar em meu varal, vejo risos, vejo festa, 
Vejo o tempo que desperta azulando uma orquestra, 
Entre rosas e outras ervas,
Garrinchinhas no quintal.

E, assim, me ponho a pensar: ora, deixe de tulice,
Não se deixe amedrontar por pensamentos maldosos
Que só vão te derrubar. Pense grande, pense alto
Pense no Sol que sem nada cobrar, vem todo santo dia
Tua vida clarear e ainda traz consigo
Lavadeiras, beija-flor e sabiás.

[RosA.]